Caminhava lentamente pela rua deserta
Alta madrugada e o coração partido
O silêncio reinava absoluto
Na alma de um ser tão iludido.
Tinha aprendido a roubar para viver
E não sabia o que representava um lar
Em seus olhos havia uma tristeza
Que dele insistia não se afastar.
Sangue escorria de suas mãos
E um corpo jazia estirado no chão
O que havia planejado não deu certo
E a dor perfurava seu coração.
Não pediu para ver aqueles olhos
Mas deles não conseguia mais escapar
Não queria ser escravo de ninguém
Mas viu seu castelo de sonho desabar.
Imaginou um mundo perfeito
Onde caminhava com ela de mãos dadas
Jardins em flores e borboletas
Sob o som melodioso das passaradas.
Ao abrir os olhos lá estava ela
E o amor que sentia se evaporou
Uma fúria sem sentido tomou conta
E seu coração no mal não pensou.
Um corpo frio jaz sem vida
Estirado em uma vala deserta
Enquanto um corpo sem esperança
Caminha na solidão que o aperta.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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