Vai dizer que é assim
E se conforma com tão pouco
O mundo está um caos
E lágrimas são combustíveis
Para acender o fogo da discórdia.
Não posso falar o que penso
Sem correr o risco de ter a minha língua decepada
Pela intolerância.
A solidão é minha amiga
A violência jaz a porta
E suas garras arranham querendo romper
As correntes que a detém.
Não posso dizer
Que estou satisfeito
Com a desolação do mundo contemporâneo.
O que fazer?
Não posso gritar sem ser massacrado
Sem ser impedido.
Caras tristes me desafiam
E aterrorizam-me
Na intenção de sufocar a minha voz.
A estrela não brilha mais
E as nuvens são carregadas de desaforos
A crueldade é voraz.
Abra os seus olhos e veja
Mais um corpo que cai ao seu lado.
Façamos alguma coisa
Para amenizar o caos instalado
E não sufoque o meu grito de alerta.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
O grito avança a velocidade do som, porem os que deveriam ouvir para socorrer, correm a velocidade da luz. Belo texto meu nobre.
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