quinta-feira, 13 de junho de 2019

A epígrafe da minha vida


Eu fico em meu canto, quieto 
Mudo e imóvel 
Às vezes pacífico, às vezes perturbado 
Outras vezes como se nada sentisse. 
Apenas um vazio desumano, sem sentido algum. 
Quando não sinto nada, estou a sentir algo? 
Minha alma está despida, nua de pensamentos 
Sem nada na cabeça 
Vazio de sentimentos. 
Como se andasse em um carrossel 
Dando voltas sem fim 
Ou em uma montanha-russa 
Nas altas alegrias e nas profundas tristezas. 
Metamorfose ambulante 
Cercado de incertezas. 
Essa inconstância, 
Uma instabilidade atormentadora 
Que me tira o sono nas noites silenciosas. 
Ouço uma música relaxante 
E mesmo assim o sono teima em não chegar 
Deixando meus olhos com as marcas 
Dessa insônia terrível. 
Sinto-me pequeno diante desse monstro 
Que perturba minha paz. 
O que fazer dessa vida efêmera 
Que passa tão veloz? 
Quando penso que estou indo 
Já é hora de voltar 
Sem nada na mão e no coração. 
Tristemente percebo 
Que ainda nem escrevi 
A epígrafe da minha vida. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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