segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O silêncio oculto dos deuses



Quando ergui minha voz no silêncio 
Nem mesmo ouvi o som estridente dos tambores 
Que tocavam ao longe 
Gritos de crianças sendo queimadas 
Nas mãos metálicas dos deuses. 
A fumaça das fogueiras alcançavam o céu 
Ofuscando a minha visão 
Do que eu nem sei o que era. 
Sonhos desfeitos pelas agonias incessantes 
De sombras ocultas no inverno. 
A alma dilacerada pelas torturas psicológicas 
Nas manhãs frias de invernos cruéis. 
Nem queria eu sair do meu mundo 
E inquietar-me com tamanha calamidade. 
Mas, não há como ficar em silêncio 
Ouvindo esses gritos tão horríveis 
Das almas que saem dos corpos queimados. 
O que há de errado com o mundo? 
Por que a violência se torna tão banal no dia a dia? 
Onde estão os olhos de compaixão? 
Lamentos e lamentos ouve-se 
Na escuridão da madrugada 
E parece não fazer mais sentido algum. 
Olhos estão fechados para as atrocidades 
E ouvidos tapados para não ouvir os gritos. 
Até quando o homem será o lobo do homem? 
A caça em dias nublados 
A causa dos horrores causados a seus irmãos? 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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