Quando ergui minha voz no silêncio
Nem mesmo ouvi o som estridente dos tambores
Que tocavam ao longe
Gritos de crianças sendo queimadas
Nas mãos metálicas dos deuses.
A fumaça das fogueiras alcançavam o céu
Ofuscando a minha visão
Do que eu nem sei o que era.
Sonhos desfeitos pelas agonias incessantes
De sombras ocultas no inverno.
A alma dilacerada pelas torturas psicológicas
Nas manhãs frias de invernos cruéis.
Nem queria eu sair do meu mundo
E inquietar-me com tamanha calamidade.
Mas, não há como ficar em silêncio
Ouvindo esses gritos tão horríveis
Das almas que saem dos corpos queimados.
O que há de errado com o mundo?
Por que a violência se torna tão banal no dia a dia?
Onde estão os olhos de compaixão?
Lamentos e lamentos ouve-se
Na escuridão da madrugada
E parece não fazer mais sentido algum.
Olhos estão fechados para as atrocidades
E ouvidos tapados para não ouvir os gritos.
Até quando o homem será o lobo do homem?
A caça em dias nublados
A causa dos horrores causados a seus irmãos?
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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