quinta-feira, 30 de abril de 2020

A admiração na imaginação



Sinto-me inerte diante da natureza 
Que cerca-me nesta hora. 
A penumbra é densa 
A cor das coisas torna-se uniforme 
Agora é cinzenta 
Mas já foi vermelha e será azul. 
Sinto o perfume das ervas 
E o aquietar do rebanho 
Que logo estará dormindo. 
A lua já deu a sua cara 
E as estrelas começam a brilhar no firmamento. 
Ao longe sinto o vento nas folhas 
Parece brincar de forma misteriosa. 
Sentado sobre uma pedra 
À beira do caminho 
Contemplo estas paisagens 
E medito silenciosamente. 
Tenho em mim a admiração primitiva 
Na minha imaginação. 
Revela-se, tudo isso, 
Em um poema 
Em uma tela 
A pedra, 
A árvore 
As ovelhas 
O caminho 
A relva 
O vento nas folhas... 
Essas coisas foram feitas assim? 
Continuarão assim? 
Por que as pessoas não veem isso? 
Que idioma pode explicar os mistérios do mundo? 
Penso se há alguma possibilidade 
Para o aperfeiçoamento humano. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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