Sinto-me inerte diante da natureza
Que cerca-me nesta hora.
A penumbra é densa
A cor das coisas torna-se uniforme
Agora é cinzenta
Mas já foi vermelha e será azul.
Sinto o perfume das ervas
E o aquietar do rebanho
Que logo estará dormindo.
A lua já deu a sua cara
E as estrelas começam a brilhar no firmamento.
Ao longe sinto o vento nas folhas
Parece brincar de forma misteriosa.
Sentado sobre uma pedra
À beira do caminho
Contemplo estas paisagens
E medito silenciosamente.
Tenho em mim a admiração primitiva
Na minha imaginação.
Revela-se, tudo isso,
Em um poema
Em uma tela
A pedra,
A árvore
As ovelhas
O caminho
A relva
O vento nas folhas...
Essas coisas foram feitas assim?
Continuarão assim?
Por que as pessoas não veem isso?
Que idioma pode explicar os mistérios do mundo?
Penso se há alguma possibilidade
Para o aperfeiçoamento humano.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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