domingo, 17 de novembro de 2024

Nos olhos do poeta

Nos olhos do poeta há um mundo estranho, 
Feito de sonhos e de céu desfeito, 
Onde a vida se pinta em tom mais castanho, 
E o comum se torna raro, perfeito. 

Ele vê o que o vento canta nas praças, 
Nas folhas dançando ao redor dos dias, 
E escuta o silêncio que passa em brasa, 
Entre as cores pálidas das melancolias. 

Seus sonhos são vastos como o mar sem fim, 
Onde nada é chão, e tudo é corrente; 
Anseia por versos que nasçam assim, 
Livres, voando em seu próprio presente. 

Quer transformar as dores em poesia, 
As noites sem lua em promessas de amor; 
Vê no ordinário uma doce magia, 
E nas sombras, traços de um céu de esplendor. 

Por isso, caminha sozinho e inquieto, 
Buscando beleza onde poucos a veem, 
Tecendo em palavras seu rumo discreto, 
E amando o mundo que seus versos têm. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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