sábado, 3 de maio de 2025

Saudade, ciúme e desespero

Hoje o vento passou com teu cheiro. 
Fiquei imóvel, como quem tenta 
Abraçar uma lembrança sem deixá-la fugir. 
A saudade é um fantasma gentil: 
Não assusta, mas aperta. 
 
Vi teus olhos se perderem em outro sorriso. 
Fingi que não doeu. 
Mas por dentro, um incêndio de silêncio 
Devorava minha calma. 
Não quero te prender, 
Só não sei ser mundo sem teu centro. 
 
Tem dias em que amar-te 
Parece um labirinto sem saída. 
O corpo quer, a alma grita, 
Mas o mundo ergue muros invisíveis. 
Queria fugir contigo. 
Ou então desaparecer 
Só para não ter que escolher 
Entre o certo e o teu abraço. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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