domingo, 14 de julho de 2019

Encanto estranho em não estar sozinho


Estar perdido significa estar sozinho 
Ou será o contrário? 
Como um pássaro a voar solitário 
Nas nuvens da eternidade 
Alçando o voo mais alto que puder 
Para escapar as tristezas da vida. 
Andar pelo vale sombrio 
Sem proteção na alma dilacerada P
elas cicatrizes do tempo 
E feridas no coração em dor. 

Encanto estranho em não estar sozinho 
No tocar de um vento que sopra mansinho 
Na noite escura de solidão. 
Não entendes tu as minhas palavras? 
Nem poderia entender mesmo se quisesse 
Porque a dor só sente quem a vive em si mesmo 
Condenado a ser martirizado pelo olhar 
Que penetra como pregos profundos na carne. 

Encanto estranho em não estar sozinho 
Porque a vida segue o seu rumo 
E serei atropelado se parar pelo caminho. 
Nem mesmo posso olhar para trás 
Sem que meus olhos se encham de lágrimas. 
E assim prossigo até o infinito 
E além do horizonte tenho esperança 
De encontrar aqueles olhos que possam me amar 
E me fazer descansar dos dias maus 
Que insiste em me cercar o tempo todo. 

Encanto estranho em não estar sozinho 
De onde levanto minha cabeça e vejo além 
Das luzes opacas da cidade 
A razão de uma felicidade 
Que brilha nos olhos intensos 
De um amor que ainda não conheço. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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