De repente quase tudo parou
Há um silêncio nas ruas
Não ouço o barulho dos aviões, trens e ônibus
Agora só ouço os pássaros a cantar na minha janela.
Cidades desertas, bares fechados
Casas noturnas em silêncio
E as pessoas em suas casas
Algumas com medo do que está lá fora
A ameaça que ninguém pode ver
Mas que ceifa vidas
Sem escolher se é pobre ou rico,
Branco ou negro
Homem ou mulher…
A única diferença é que a morte
Prefere os mais velhos e doentes.
Ao notar o silêncio das ruas
Nos perguntamos se era mesmo preciso uma pausa…
Parece que sim.
A vida frenética do mundo moderno
Tinha que parar mesmo uma hora.
Para dar fôlego ao planeta.
A terra não suporta tanta exploração.
Durante esse período de confinamento
Haverá uma queda considerável na violência,
Nos acidentes de carros
Nas brigas de bares…
Uma pausa para as pessoas refletirem sobre suas vidas.
Em suas casas
Às pessoas terão mais tempo
Com suas famílias,
Seus filhos,
Seus pais…
Alguns em suas casas poderão ler um livro,
Ler a História
E saber que não é a primeira vez que isso acontece…
Pode ser que descubram
Que se pode viver sem o futebol,
Sem os shows
E sem as festas
Que envolvem bebidas, drogas e sexo desenfreado…
O mundo está de ponta cabeça
Se autodestruindo
E era preciso uma pausa.
Um minúsculo vírus
É capaz de colocar a terra em seu eixo natural.
Governos devem agir,
Tomar medidas
Fazer alguma coisa.
E a morte espreita lá fora.
Passando de um para outro
No toque das mãos, no abraço.
E de repente se percebe quem são os verdadeiros heróis
Os profissionais da saúde,
Da segurança,
Da ciência…
E não jogadores de futebol ou pilotos de Fórmula 1
Que ganham milhões de dólares.
É.
De repente percebemos algo diferente
O mundo irá sobreviver a mais essa pandemia.
Já sobreviveu a Peste Negra
A Gripe Espanhola e outras epidemias…
Mas, o mundo não será o mesmo.
Com a descoberta da cura para o Coronavírus
E das homenagens aos milhares de mortos
Que não puderam ter a sua despedida…
O mundo continuará a sua marcha
E tudo isso só será mais uma lembrança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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