terça-feira, 16 de agosto de 2022

A Sentinela

Não foi possível encontrar a página 
Ela não estava lá 
Ou nunca foi escrita 
E não se pode saber o que estava escrito 
Qual era mesmo a história 
Aquela que todos queriam saber. 
 
Um vazio existencial existia 
Agonia nos cérebros ali parados 
Cristais quebrados pela violência 
E nenhuma sentinela tinha visto nada 
Como se fossem apenas fantasmas 
O tempo deixou de existir para os sonhadores. 
 
Crianças desafiavam os idosos 
No caminho estreito da escola 
Alguns pássaros desafiaram a lógica 
E não se assustaram com os espantalhos 
Mas o que não contavam 
Era com as armadilhas que lhe foram ocultas. 
 
A sentinela não viu nada 
Nem os vultos dos antigos deuses 
Podia ser expulsos dos pensamentos alheios 
E não havia nada a ser feito 
Por nenhum dos sentinelas ali presentes 
Se não existe o invisível. 
 
Apenas palavras soltas ao vento 
Já que ninguém conseguia ler nada 
O livro imaginário fora escrito 
No silêncio do caminhante solitário 
Que montado em seu unicórnio 
Galopava em direção ao horizonte perdido. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário