quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Memórias impertinentes em uma caverna

Como veio parar neste lugar não sabe explicar 
O silêncio ajuda a pensar 
Lembranças povoam sua mente 
Como os morcegos que se soltam na escuridão 
Sem fazer qualquer cerimônia. 

Os pensamentos são perturbadores 
Como se fossem feridas mal curadas 
Memórias impertinentes que afligem 
Que permanecem no subconsciente 
Como se fossem vozes infinitas na mente. 

Só queria se esconder do mundo 
Por isso adentrou a escuridão dessa caverna 
E não pode esperar mais nada da vida 
Se a esperança já não faz parte da história 
Porque ninguém quer lembrar do passado. 

Memórias impertinentes incomodam 
Tiram o sossego do espírito sempre indomável 
Os pensamentos não podem ser controlados 
Parecem ter vida própria e voam 
Como os morcegos inquietos desse lugar. 

Em um passado não tão distante 
Conheceu a felicidade tão sonhada 
Nos olhos meigos de uma donzela 
Sem saber que seria apenas mais uma ilusão 
Porque ninguém pode controlar o coração. 

Percorre os labirintos da caverna 
Cada gruta escura causa calafrios intensos 
O desconhecido é a sensação mais estranha 
Porque não se sabe o que vem depois 
E tudo pode não passar de mais uma miragem. 

Percebe que lá fora há uma luz 
O sol que brilha também aquece 
Mas não consegue sair dessa caverna 
Onde sente o abraço forte da solidão 
Que agora lhe faz a tão sonhada companhia. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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