quarta-feira, 7 de setembro de 2022

A estrada a seguir

Teve dúvidas se era apenas um sonho 
Ou se os deuses realmente estavam lá 
Do alto eles olhavam a confusão 
Riam dos burburinhos e desacertos 
Debochavam dos humanos 
 Em sua eterna ignorância. 

 Não sabia ao certo se era a estrada a seguir 
Apenas caminhou até o crepúsculo 
Levado apenas pelo desejo dos pensamentos 
Com a esperança em frangalhos 
E nem notou as flores pelo caminho. 

 A eternidade parecia ser nada 
Para quem desejava sonhar por muito tempo 
Nem mesmo os sorrisos de felicidade 
Das crianças que corriam pela campina 
Poderia apagar as lembranças desse tempo. 

 No silêncio da noite escura 
Em seu quarto sozinho a pensar 
Podia ver a existência que passava 
Tão fugaz como o vento que traz a tempestade 
E deixa a destruição além de si. 

 O tempo agora já se foi 
A velhice chegou com sua simpática presença 
Dizendo que não outra saída 
Porque estamos destinados ao fim 
Que toda estrada um dia nos apresenta. 

 Em silêncio adormece na sua indignação 
Sem saber que fez além do que imaginou 
Não sabe que muito longe dali 
O tempo corre tão devagar 
Que eterniza suas memórias para sempre. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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