terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Leitor(a)

No silêncio da página que espera, 
Um universo inteiro se revela. 
Ao toque do olhar, a vida desperta, 
E cada palavra, uma chama, uma vela. 

Oh, leitor(a), que navega sem mar, 
Sem velas, sem vento, apenas a mente, 
Transporta-se ao longe, ao mais profundo lugar, 
E vive mil vidas num só presente. 

Tens em mãos a chave do saber, 
A porta que abre o eterno mistério. 
Cada livro, um amigo a oferecer, 
Segredos do mundo, do real ao etéreo. 

És pintor de cenários não vistos, 
Explorador de terras de sonho e espanto. 
Dás voz a heróis, formas aos mitos, 
E colhes nos versos o mais puro encanto. 

No dia que é teu, rendemos-te honras, 
Guardião silencioso, do tempo, da história. 
És o elo que mantém nossas memórias, 
E leva a palavra ao cume da glória. 

Leitor(a), celebra tua jornada infinita, 
Pois em cada página há luz que palpita. 
O saber te engrandece, te faz voar, 
E em ti, o mundo jamais há de parar. 

Obs. Homenagem ao dia do leitor(a) 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Ter e não ter

O coração não tem o direito de sentir 
O som amargo da ilusão. 
Dissipadas como as nuvens pelo vento 
As tristezas da ausência se foi... 
Mas, como um sussurro silencioso 
A dúvida da paixão se instalou 
No sentimento do que você viveu. 
Não sei se amo ou se odeio 
A sensação de ter e não ter. 
Nos meus braços você se esbalda 
Mas onde está seu coração? 
Seus olhos tão silenciosos aprenderam a esconder 
A sua alma arredia. 
Nada do que foi será 
Tudo novo acontece e eu perco a razão. 
Me rendo ao calor dos seus braços 
E a sutileza de seu sorriso. 
A certeza de ter você 
É apenas mais uma incógnita 
Que carrego no coração surrado pela dor. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 5 de janeiro de 2025

Abraço o vento que me guia

Eu pretendo levar a vida, 
Deixar que o vento da aurora, 
Sopre e leve as dores já vividas, 
Com as lembranças de outrora. 

Pois chorando, 
Se esvai a essência dos dias, 
E o tempo, impiedoso, 
Leva as cores das alegrias. 

Eu vi a mocidade perdida, 
Num lamento que ecoava no vazio, 
Mas renasci ao perceber 
Que há luz até no desafio. 

A sorrir, ergo o rosto ao sol, 
Abraço o vento que me guia, 
Pois cada lágrima caída, qual farol, 
É terra fértil para a alegria. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 4 de janeiro de 2025

O grito secreto dos deuses

Os lugares onde vivem os homens 
Seguem caminhos misteriosos e simplórios 
É como se quisessem esconder suas dores 
Quando caminham sem destinos por ai 
Mas não podem sequer ouvir um barulho 
Que já ficam todo atemorizado 
Como se fosse um prenúncio do fim do mundo. 

A voz que ninguém quer ouvir 
É a que ecoa mais alto em nossos ouvidos 
É a que perturba nossa mente 
Quando desejamos apenas o silêncio profundo 
E essa voz é capaz de nos dizer algo 
Que não queríamos escutar nunca 
Algo que provoca calafrios só em pensar. 

O que não podemos ver diante dos olhos 
Prossegue infinitamente 
Como se o universo conspirasse contra nós 
E nos impedisse de caminhar sozinhos 
Na direção dos sonhos que acalentamos 
Quando estamos absortos em nossos pensamentos 
E não queremos viver outra coisa. 

Existem os olhares que só enxergaram 
Inverdades e fantasias no tempo 
E esses olhares não conseguem ver outra coisa 
E então nos faz entender o pessimismo 
Envolto em camadas superficiais 
Difíceis de serem rompidas pela razão 
E, por isso, não vale a pena seguir. 

O grito secreto dos deuses 
Pode ser o destino emaranhado na cintura 
O caminho escondido na floresta 
Por onde atravessam os peregrinos 
É onde eles se escondem para atacar 
Os que não param para prestar atenção 
Ao som imperceptível da natureza que os cercam. 

Uma alma aprisionada em carne 
Pode desafiar os mistérios do universo 
Mas não pode alterar os desígnios 
Já pré-estabelecidos para os pobres mortais 
Porque o que segue o caminho errado 
Não pode chegar ao lugar certo 
Nem descansar de suas duras tribulações. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Exílio

No lugar distante, sob a sombra da queda, 
Ecoa a voz do estrangeiro que vela. 
Trouxe consigo a peste e o medo, 
Um estado de sítio no silêncio mais cedo. 

Solidão é sua companheira fiel, 
O exílio pinta o horizonte de fel. 
O vento carrega lamentos sombrios, 
Nas ruas desertas, só ecos vazios. 

O que foi um dia um lar de magia, 
Agora é palco de melancolia. 
Os muros do lugar, outrora altaneiros, 
Caem sob o peso de tempos traiçoeiros. 

Mas no peito do estrangeiro há chama, 
Um lume que insiste, que clama e inflama. 
Do caos renasce a força contida, 
E da queda, o impulso que salva a vida. 

Pois mesmo na peste, na solidão, 
Há sementes de esperança no chão. 
E o lugar que dorme, um dia desperta, 
Com a alma ferida, mas a fé sempre alerta. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Na penumbra do silêncio

As incertezas dominaram-me 
Sem deixar-me uma saída, 
E na penumbra do silêncio 
Achei a dor tão conhecida. 

Os sonhos de longas noites 
Acalentavam minha vida, 
Mas ao despertar, rasgavam-se 
Nas sombras frias da lida. 

Em cada passo, o abismo, 
Um eco, um grito, um não. 
Carrego a busca incessante 
Que me pesa o coração. 

Mas eis que a aurora espreita 
Com seu toque de calor, 
E nas cinzas do meu medo 
Brota um lume promissor. 

Se as incertezas cercarem, 
Hei de enfrentá-las, altivo. 
Pois é no caos que se esconde 
A essência de se estar vivo. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Nada é tão estranho

É perfeito que sabemos 
Necessário é escolher 
O tempo que não espera por nós 
Nas decisões que precisamos fazer. 

Nada é tão estranho 
Que não possa nos surpreender 
O caminho que vamos trilhar 
É a busca que precisamos saber. 

Não me peça para explicar 
O que se esconde no coração 
Há razões para se crer 
Que não se explica na solidão. 

O mundo é um lugar estranho 
Que nos torna quase sempre arredio 
Mas a vida é um caminho 
Quase sempre há um imenso vazio. 

 Eu não escolho as palavras 
Elas saem conforme está no pensamento 
E formam a essência dos versos 
Que revelam esse sentimento. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Desejos de Ano Novo

Nesse novo ano que começa hoje 
Quero ser diferente 
Quero me entregar mais aos sonhos 
E ser bem mais diligente. 

Desejo ser bem mais atento 
As vozes que saem do coração 
Que chegam em nossas vidas 
Vindo da mais singela emoção. 

Desejo me entregar ao amor 
Que sempre nos dá inspiração 
E viver uma vida de alegria 
Mesmo em meio a frustração. 

Desejo que as pessoas vivam 
Na intensidade do amor 
Pois, com amor tudo se resolve 
Mesmo a mais profunda dor. 

Desejo que o ano seja de vitórias 
Após as duras lutas da vida 
Aos bravos que não se entregam 
À ilusão que surgem na lida. 

Os sonhos tem que ser cultivado 
Na busca da realização 
Que o Ano Novo possa ser de vitórias 
Para as pessoas de bom coração. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense