Vi em você um clarão silencioso,
Um rumor de eternidade escondido no olhar.
Não sei se era amor ou memória antiga,
Mas algo em mim se curvou diante do mistério.
Havia em você um encanto que não se explica,
Feito de ausências, sombras e gestos contidos.
O tempo parou por um instante,
E nele cabia todo o impossível.
O encanto que vi em você
Não era do corpo, nem da fala,
Era do que fica quando tudo se cala.
Um segredo entre o suspiro e o abismo.
Tentei decifrar o encanto que vi em você,
Mas ele fugia, leve, como um rastro de vento.
Talvez não fosse para ser entendido,
Apenas sentido, e perdido logo em seguida.
Você tinha nos olhos
A delicada ameaça da beleza:
Aquela que faz do amor
Uma vertigem
E uma saudade antes mesmo do fim.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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