Onde o tempo se demora entre águas e murmúrios.
As ruas antigas guardam passos que não se apagam,
E cada pôr do sol é uma prece sobre o rio.
Aqui, a história não dorme — ela suspira.
Nas janelas de madeira, nos sinos que ecoam,
Nas mãos que moldam a massa e o pão,
Vive o espírito de um povo que sabe recomeçar.
Há algo de sagrado em morar em Cáceres:
É sentir o rio Paraguai falar com o vento,
É ouvir o Pantanal acordar com os pássaros,
É entender que o viver simples é, na verdade, grandioso.
Cada esquina tem um conto,
Cada praça um coração pulsando devagar.
Cáceres é o livro que o tempo escreve
Com letras de saudade e amor.
Entre o passado colonial e o sonho moderno,
Cáceres se ergue como uma ponte de alma.
É cidade, mas também lembrança;
É lar, mas também horizonte.
Aqui o calor não é só do sol,
É o abraço das pessoas, o tempero das histórias,
O riso que nasce fácil nas antigas varandas
Onde o tempo parece não ter pressa.
Cáceres é feita de águas e de ausências,
De barcos que partem e voltam com canções.
É feita de fé e de festa,
De rezas, tambores e silêncios cheios de vida.
Viver aqui é ser parte do rio,
É aprender a falar com o vento,
É ver o pôr do sol pintar o céu
E agradecer por existir um lugar assim no mundo.
Há um prazer discreto em pertencer a Cáceres,
Um orgulho que não grita, mas floresce,
Como a vitória-régia ao amanhecer:
Forte, bela, enraizada no coração do Pantanal.
Cáceres, tu és tempo e ternura.
Em ti, o ontem se mistura ao agora,
E viver aqui é descobrir, todos os dias,
Que o verdadeiro tesouro é o pertencimento.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
Homengem aos 247 anos de Cáceres, MT
Nenhum comentário:
Postar um comentário