Convida-me para sair,
Não para o mundo lá fora,
Mas para dentro de ti,
Onde chove em silêncio
E cada gota revela um segredo antigo.
Chama-me para ouvir o barulho da chuva,
Não aquele que cai no telhado,
Mas o que mora em teus olhos
Quando te lembras de algo bonito.
Convida-me
Para conhecer teus personagens favoritos,
Essas almas de papel que te ensinaram a sentir,
E deixa que eu leia, nas entrelinhas,
A história em que tu és protagonista.
Quero ouvir tuas músicas,
Não só as notas,
Mas os silêncios entre elas,
Onde talvez eu encontre o som do teu coração.
Convida-me para sair,
Para caminhar sob a chuva,
Sem pressa, sem guarda-chuva,
Deixando que o tempo nos molhe de verdade
Até que não saibamos se é água ou amor.
Talvez amar seja isso:
Ser convidado para ouvir uma chuva,
Conhecer um personagem,
Dividir uma canção,
E nunca mais sair da história.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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