Um trovão assusta os lagartos
Que correm e param.
Mil formigas transportam uma grande folha
Que está molhada de orvalho.
Aborrecem-se os vaga-lumes
Com a luz do sol.
Meu espaço é infinito
E posso correr pelos bosques.
Como os grandes abismos
Deixo-me andar sem rumo.
Das sombras perdidas
Não quero mais me esconder.
A chuva passou
E levou consigo minha alma.
As formigas olham em silêncio
A terra encharcada pelas águas.
Quem está morto
Nessa imensidão de mata destruída?
O lagarto caminha em silêncio
Sem notar o gavião que o espreita.
Olho as nuvens que ainda são neblinas
E não vejo o horizonte.
Busco o sol
Que possa me aquecer.
A brisa ou a ventania
Qual poderia me valer?
É preciso consciência
Pela nossa natureza!
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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