domingo, 3 de março de 2019

Palavras paralíticas em minha boca


Não há como conter o desejo dentro de mim 
Ele me sufoca 
Sinto-me asfixiado como que por fumaça 
A revelar o meu coração. 
Nele há uma angústia terrível 
Uma saudade 
Que não me deixa pensar direito em mim 
Pois você povoa a minha mente o tempo todo. 
Quero falar 
Expor a minha humilhação em querer-te 
Mesmo sabendo que seu coração 
Não pertence a mim. 
Mas não tenho palavras 
Que expressem a minha dor. 
Sinto que elas não saem como queria 
São palavras paraliticas em minha boca. 
E, quando me olha desse jeito, 
Como que querendo uma explicação 
Embaraço-me nas palavras 
E não consigo expressar-me a contento. 
O que fazer? 
Seus olhos fuzilam-me 
Quer uma explicação lógica 
Para estar diante de mim. 
Não consigo dizer nada 
E, então, calo-me diante de tudo 
E o silêncio passa a ser o companheiro ideal. 
Você dá de ombros 
Vira às costas e se vai. 
Fico imóvel olhando-a sumir no horizonte. 
Só resta-me sonhar. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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