segunda-feira, 15 de junho de 2020

A primeira vez que me mataram




Houve uma revolução por minutos 
Mataram os lobos da estrada 
Ou será que foram os lobos que mataram 
Os viajantes no caminho? 
Bem, não sei ao certo 
Tudo é muito confuso na minha mente. 
A primeira vez que me mataram 
Eu parecia perdido 
Sem saber para onde ir 
Deitei-me solitário na beira do caminho 
Não ouvi os passos 
Nem mesmo os gritos e risadas dos malfeitores 
Que espancaram os meus sonhos 
De forma brutal e covarde. 
O sangue jorrava 
Tudo agora está vermelho 
As flores, o sangue, as lágrimas… 
São lobos cerebrais 
Que nem consegui ver como eram. 
Não consigo enxergar 
Não ouço o barulho das ruas 
Nem sinto o vento das campinas. 
Tudo é escuro 
Mas, por incrível que pareça 
Não sinto medo. 
Parece que estou voando 
E percorro um caminho onde não sinto os meus pés. 
Há uma paz celestial na minha alma 
E, aos poucos, começo a ver a pequena luz. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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