terça-feira, 16 de junho de 2020

O atroz encanto de ser idiota



Agora ele fica em silêncio e se recusa abrir a boca 
Quer parecer um mártir 
De que adianta tudo isso agora? 
Poderia proferir os seus berros demoníacos 
Gritar as asneiras que extravasa o tempo todo 
Agora é a hora de mostrar o quanto é um imbecil. 
Os olhos estão curvados 
Olha o chão onde pisa com o asco de uma mente doentia 
E não dá ouvidos aos horrores dos choros e gemidos 
Dos que foram por ele destroçados sem piedade. 
Qual a figura de um monstro do medievo 
Que poderíamos simplesmente ver desaparecer 
Sem sentirmos falta alguma. 
Provoca o ódio dos inimigos 
E não se pode dizer que tem amigos, 
Aproveitadores talvez. 

Esse atroz encanto de ser idiota 
Que cativa admiradores tão ou mais imbecis que ele. 
Por que ousa molestar o mundo inteiro? 
Deixe as pessoas viverem 
Não tirem delas o sonho mais puro de se viver. 
Não tem elas direito a vida? 
Esse idiota não sabe disso? 
Ossos são expostos das fraturas que não serão mais curadas 
E ouvidos são estourados por tantas besteiras ditas 
Por um atroz idiota que não quer se calar. 

Nunca mais? 
Essa é a pergunta que perturba minha mente 
Como fazer para não errarmos nunca mais? 
Agora não adianta mais o seu silêncio 
As vítimas já estão esparramadas pelo chão 
E são pisoteadas por um rolo compressor 
Formando as bases de uma sociedade 
Tão idiota como esse animal ensandecido. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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