Ah se pudesse sentir a leveza do não ser
Do não existir
Do não pensar
Nas mazelas que assolam o nosso tempo
O nosso mundo
As nossas crianças.
É preciso cerrar os ouvidos
Não ouvir as reclamações
As reprimendas
As queixas de pessoas inválidas e tristes
Que não sabem o valor das coisas
Que perdem tempo
E roubam vidas.
É preciso fechar os olhos
Não ver o triste espetáculo
De uma sociedade doentia e cruel
Que caminha a passos largos para a destruição
Do ser
Do humano
Do sagrado
Que é profanado pelas ideologias perversas
De pessoas sem escrúpulos
Sem coração.
Tateio na escuridão como cego
Tentando ouvir os gritos de socorro
De almas vacilantes
Que esperam a salvação
A libertação
De uma época arrasada pela violência
Sem sentido
Sem limites.
Mas
É preciso crer que findará
Um dia
Toda tragédia
Toda angústia desse tempo
Crer
Que haverá paz!
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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