sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Nas garras da ambição

 
Não ambicioneis coisas altas, diz o mandamento 
E o coração só almeja isso. 
Como não desejar as coisas boas a minha volta? 
E viver as paixões da minha alma? 
O mundo é um lugar cruel 
Cheio de sutilezas da qual não conseguimos escapar. 
Tesouros escondidos no coração selvagem 
Do desejo atroz da alma. 
O deserto é traiçoeiro 
E não encontro refúgio nas campinas 
Nem árvores há na beira do caminho. 
Traído pelo desejo oculto da alma 
Preso nas garras da ambição 
O ser humano é apenas uma folha seca 
Conduzida pelo vento do outono. 
Nada pode impedir a dor cruel de uma solidão 
Nem dar alegrias depois da despedida. 
Será possível desvendar os vultos na parede 
Ou caminhar pelo leito do rio sem molhar os pés? 
Triste a sina de um peregrino 
Que palmilha as areias escaldantes no deserto 
Das incertezas e desilusões. 
Cavaleiro solitário a lutar com os moinhos de vento 
Sem a esperança presa na caixa de Pandora 
Carregando as pedras gigantes que rolam da montanha 
E vendo a cera das asas derreterem próximo ao sol. 
Não ambicioneis coisas altas 
Aprenda a confiar e a viver a beleza da vida 
Contemplando os lírios dos campos 
E as aves do céu. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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