domingo, 15 de setembro de 2024

Sacanagens camufladas

A verdade se esconde em cada manchete, 
Nas palavras forjadas, na mentira deslavada. 
A vida, que passa em tela brilhante, 
É só miragem, disfarce constante noticiada. 

Sacanagens camufladas em véu de notícia, 
Vestindo maliciosamente, vendendo ilusões. 
Cada frase é um jogo, cada imagem, artifício, 
Nos olhos da massa, apenas novas desilusões. 

A vida pintada com cores de tinta, 
Esconde o vazio que a alma não tem certeza. 
Nas páginas, distorcem a dor e o acontecimento, 
Montando cenários sem nenhuma clareza. 

Mas a verdade, esquecida na sombra, 
Sussurra em silêncio, assombra o capitalismo. 
Quem vai enxergá-la por trás do sorriso? 
A máscara cai, revelando esse tanto cinismo. 

Então, não confies nas luzes da tela, 
Nem na verdade que o jornal te anuncia. 
A vida é mais crua, sem tanto disfarce, 
Mais sincera no olhar de quem lê poesia. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Existência

Sempre sim, o sol desperta, 
O vento acaricia a terra, 
E na dança eterna, o tempo passa, 
Sem jamais parar, a vida não se encerra. 

O sim do nascer, do florescer, 
Do mar que quebra em beijos na areia, 
Do amor que pulsa, mesmo em dor, 
E da noite que acolhe o dia sem rancor. 

Nunca não, na vastidão, 
Pois o existir é consentimento, 
É o eco de um antigo som, 
Que vibra em tudo, a todo momento. 

Nunca não, pois há o ser, 
Mesmo no silêncio ou no vazio, 
Nas curvas do que ainda virá, 
No riso, na lágrima, em cada olhar. 

Sempre sim, na escuridão, 
No abraço do desconhecido, 
No encontro do perdido com o novo, 
No voo livre sem abrigo. 

Sim à vida, ao ciclo inteiro, 
Ao que é finito e ao que é eterno, 
Pois o existir, sem nunca o não, 
É ser o tudo e o mistério em comunhão. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Fumaça

Diante de mim apenas uma folha em branco 
Lá fora o tempo coberto por fumaça 
Em algum lugar alguém procurando 
Alguma coisa que possa mudar o destino 
Ou que explique a solidão 
No coração de quem sonhou demais 
E não soube quando chegou ao fim. 

Diante de mim apenas a esperança 
De que haverá chuva em breve 
Que o mundo pode voltar ao normal 
Mesmo sabendo que isso é quase impossível 
Depois que cortaram tantas árvores 
E espalharam a destruição total 
Sem se atentarem para o caos que provocavam. 

O tempo parece não passar diante de mim 
E penso muito nas coisas que acontecem 
Ninguém parece ligar muito para o fim 
Porque estão todos na zona de conforto 
Sem desejarem uma transformação 
Que possa mudar o sentido das coisas 
E que o mundo não pereça nesta incerteza 
Que corrompem a alma humana. 

Não precisa nem dizer nada mais 
Tudo está revelado explicitamente 
Diante dos olhos de quem deseja ver as coisas 
Que acontecem no mundo cercado por idiotas 
Que queimam até a última esperança 
Como se fumassem um cachimbo fedorento 
Enquanto espalha a fumaça no ar. 

Eu não consigo respirar direito 
O ar está tão poluído que podemos apalpar 
E não se enxerga nada além da ponta do nariz 
Porque espalharam o caos em nosso planeta 
E tudo foi destruído pela ambição e ganância 
Dos ricos que vivem em suas mansões 
Em suas ilhas tropicais exuberantes. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 8 de setembro de 2024

Em algum ponto no universo

Há em mim uma ausência terrível 
Uma saudade de você. 
A tristeza invade a alma 
Com uma solidão terrível 
Difícil de suportar. 
Hoje sei o que sinto 
Que meus passos são incertos na caminhada 
Que estou perdido em algum ponto no universo 
Sem saber para onde seguir. 
Sinto-me preso em cerca de espinhos 
E não consigo me mover para lado algum 
Sem me ferir mortalmente. 
Uma vontade profunda de sepultar-me 
No profundo do abismo 
Para notar se o sofrimento é real. 
Apenas desejo ver-te outra vez 
Na esperança de poder sorrir. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 7 de setembro de 2024

Brasa

Eu mergulhei nesse rio uma vez; 
e saí em outro, num bioma pintado de verde. 
Lá, há rios que voam e botos que falam 
ninguém nunca me viu aqui nessas neblinas úmidas; 
esse segredo está em mim, as mangas e os mangues. 

Me deixe gritar mais alto, antes que eu aprenda a civilização. 
Alguns têm Tupã para crer, 
outros têm Deus de outros nomes, 
já eu, tenho a mim. 
Não, eu não quero me transportar no passado e viver a dor do processo. 
Talvez, revisitar os olhares, não pelo dominador e sim pelo dominado. 
Não decidi me incluir na narrativa, 
entretanto, se a Pátria é a regra, nada vai ser a exceção. 
Nem os idiotas contra a democracia, 
nem os inocentes sem consciência. 

Se entre outras mil, és tu Brasil 
Há o trono do gentil, corrompido e tão sútil. 
Ordem e progresso, alguém vil?

Verde era a cor da Mata Atlântica quando cruzei o mar
Amarelo era o ouro envenenado
enterrado sem mapas no chão.
Azul era a cor do céu, de 26 estrelas. 

E então, toda minha vida de todas as vidas 
se passaram pelos meus olhos, 
eu de Carmem, eu de Machado, 
eu de Lispector, eu de Lobato, 
eu de Vargas, Belchior e Veloso. 
Eu de Dumont e algum ditador raivoso. 

Eu sou Pátria, Tu és Pátria. 
Brasileiros, arcabouço nacional. 
Brasil, a terra mais linda, num universo sem final. 

Corra! Antes da destruição facilitada pelos tolos. 
Assista! O fósforo queimar e se avermelhar 
Vermelho é a cor dos povos vítimas da aculturação. 
Vermelho é a cor do fogo fortificado pelo ódio que queima o Cerrado. 
Vermelho é a cor do sangue da nação. 
Aliás, alguém cura a nação? 
O sentimento de pertencer e perdão? 
Eu preciso ser curado? 

Traga-me o elixir, o remédio dos hipócritas, 
abusadores da terra-mãe. 
Pátria, erguida por batalhas, devem ser honradas. 
Honra, erguida pelo povo, deve ser preservada. 

Me deixe em casa, onde eu possa dormir. 
Sem os monstros, sem os externos. 

Onde o Brasil é a brasa que queima o caos. 
Onde o Brasão brilha com energia infinita. 
Onde o Bravo descansa. 

Quero a política, mas sem a politicagem. 
Sem a estiagem de identidade, 
sem a senha da elite, 
sem a diferença da raça, 
sem o pesar do ser e estar 
Quero a língua e a linguagem. 

Mil formas de morrer e uma de nascer, 
e eu ainda vou escolher aqui. 
Nessa longitude, nessa latitude. 

Vigiado pelo Saci, a Caipora, o Curupira 
O boitatá e o boto-cor-rosa. 

Aqui, o complexo brasileiro; 
Na qual não vou fugir da luta sobre a lua; 
numa terra luminosa e cintilante; 
independente e idolatrada; 
a "Pátria Amada Brasil". 

 Poema: Murilo Almeida
Aluno do 3º Ano da Escola CEAF em Cáceres, MT

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Você está aqui

Você está aqui, 
Não por muito tempo, 
Mas está aqui, 
Como um sussurro de brisa, 
Um reflexo na água, 
Uma chama que dança ao vento. 

O tempo escorre entre os dedos, 
Como areia fina, 
Como estrelas cadentes, 
Que caem sem fazer alarde, 
Sumindo no vasto infinito. 

Você está aqui, 
Em cada olhar que cruza o seu, 
Em cada passo dado na terra molhada, 
Em cada sorriso que nasce e morre, 
Como o sol que surge a cada manhã, 
E que também se vai. 

Você está aqui, 
Não para sempre, 
Mas o suficiente, 
Para deixar marcas leves, 
Para tocar o que é intangível, 
Para ser parte desse ciclo 
Que tudo engole, 
Que tudo devolve. 

Então, viva. 
Respire o agora, 
Sinta o peso e a leveza do instante, 
Porque, mesmo breve, 
Você está aqui. 

E isso, 
É o bastante. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Palavras que escorrem

Falo em linhas e curvas, 
Numa dança de sons e silêncios, 
Mas o que escorre dos meus lábios 
Parece não tocar o chão do teu entendimento. 

Minhas palavras são pássaros, 
Voam leves, sem direção, 
Mas para ti são nuvens distantes, 
Perdidas na vastidão. 

Cada frase que construo 
É um labirinto de sentidos, 
Mas teus olhos me olham vazios, 
Como se eu fosse um mistério não resolvido. 

Não te culpo por não entender, 
Pois há tanto que se perde no ar. 
Às vezes, sou eu quem não sabe 
Se o que digo faz sentido ou é só brisa a passar. 

Quem sabe, um dia, minhas palavras 
Encontrem solo fértil em teu coração, 
E o que hoje é incompreensão 
Floresça em plena comunicação. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 3 de setembro de 2024

As palavras que saem da mente

Escrever é uma arte 
 Arte que remonta o início das civilizações. 
Os egípcios, por exemplo, 
Achavam interessante escrever nos papiros, 
Nos túmulos e paredes daquela época 
Na esperança de deixar algum registro. 
Essa prática dos escribas egípcios foi importante 
Para que, hoje, os historiadores 
E poetas tivessem como problematizar 
 Acontecimentos do passado. 
O exemplo dos escribas do Antigo Egito 
É só um exemplo 
De centenas que poderíamos usar como referência. 
No entanto, a minha intenção aqui é falar de mim mesmo. 
Eu adoro escrever. 
Gosto de ver as palavras saindo da minha mente 
E se juntando na tela do computador onde digito o meu texto. 
Falo hoje de renúncia. 
Aquela renúncia que tomamos na vida 
Quando precisamos deixar de viver a nossa vida em prol de alguém. 
E por que fazemos isso? 
Fazemos porque, de certo modo, a pessoa a quem renunciamos, 
No fundo, é a nossa vida. 
Paradoxo? 
Pode ser. 
Mas é um paradoxo compreensivo. 
Renuncio a mim mesmo para viver essa vida. 
Preciso disso. 
Sinto-me livre ao tomar tal atitude. 
Nunca fui de ser conduzido. 
Gosto de ouvir diversos conselhos e opiniões, 
Mas gosto de tomar as minhas decisões. 
É isso que faço. 
Claro que já dei muitas cabeçadas na vida. 
Mas quem não deu? 
O importante em tudo isso é que sempre tomei as minhas decisões. 
Esse texto pode não ter a importância de um hieróglifo egípcio, 
Mas tem a revelação de um coração 
E isso pode fazer a diferença em um futuro breve. 
Por hoje é isso!!! 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Frankenstein

A imaginação é uma criatura selvagem 
Que ameaça sempre o que é real 
Mostra que a realidade muitas vezes 
É mais cruel que o pensamento 
Porque destroem todos os sonhos possíveis. 
 
A criatura que deita do outro lado da porta 
Reside com uma horda de deuses 
Que desejam arrancar a sua pele. 
E no alto de uma plataforma um pseudo líder 
Proclama inverdades de forma aleatória 
Para milhares de seguidores desatentos. 
 
O que sabemos sobre a vida e a morte? 
Quem pode dizer abertamente 
Que sabe alguma coisa mais do que eu e você? 
Tudo se torna um mistério 
Difícil de ser desvendado 
Porque não enxergamos nada 
Além do que nossos olhos conseguem ver 
E existe muito mais coisas 
Do que a nossa pequena mente conhece 
E está preparada para saber. 
 
Ondas elétricas assustam  
Os ratos que desfilam pelos fios  
Camudongos ameaçadores  
Podem não fazer nenhum mal  
Mas nunca saberemos.  
 
Como poderemos lidar com nossa estranheza 
E com nosso desequilíbrio onipresente? 
Esse mundo construído por ideias 
Algumas tão absurdas que não se pode acreditar 
Que ainda ganhem adeptos nos dias atuais 
De tão estapafúrdias que são. 
 
Não pense que a vida é um mar de rosas 
Nunca foi e nunca será para ninguém 
Se quiser vencer na vida tens que lutar 
Lutar contra monstros e fantasmas 
Na grande arena do destino que fomos lançados. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 1 de setembro de 2024

Corinthians, Tu és o Maior

Assim como surge o sol radiante 
Em uma linda manhã de esplendor, 
Surgiste em minha vida como brilhante 
Trazendo alegria, tristeza, esperança e dor. 

Eu falo do grande alvinegro paulista 
Clube das multidões, de raça e glórias, 
Nas arquibancadas, estádios, ou na revista 
Estão registradas suas inesquecíveis vitórias. 

Corinthians, tu és grande, tu és forte, 
Sua torcida inflama como ursos pelo mel. 
Por ser grande, vitorioso e não temer a sorte 
Sua torcida maior chama-se Gaviões da Fiel. 

Alvinegro guerreiro, sempre ganha com raça 
Nos gramados do mundo e do Brasil, 
Sempre com luta erguemos a taça 
Onde só batalha e vence o mais viril. 

Corinthians, tu és o maior em nossos corações 
Quem é corintiano sabe o que é viver; 
Timão que sempre nos traz grandes emoções 
Serei corintiano até morrer. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
Obs. 114 anos de Timão! Feliz Aniversário!