e saí em outro, num bioma pintado de verde.
Lá, há rios que voam e botos que falam
ninguém nunca me viu aqui nessas neblinas úmidas;
esse segredo está em mim, as mangas e os mangues.
Me deixe gritar mais alto,
antes que eu aprenda a civilização.
Alguns têm Tupã para crer,
outros têm Deus de outros nomes,
já eu, tenho a mim.
Não, eu não quero me transportar no passado
e viver a dor do processo.
Talvez, revisitar os olhares,
não pelo dominador e sim pelo dominado.
Não decidi me incluir na narrativa,
entretanto, se a Pátria é a regra, nada vai ser a exceção.
Nem os idiotas contra a democracia,
nem os inocentes sem consciência.
Se entre outras mil, és tu Brasil
Há o trono do gentil, corrompido e tão sútil.
Ordem e progresso, alguém vil?
Verde era a cor da Mata Atlântica quando cruzei o mar
Amarelo era o ouro envenenado
enterrado sem mapas no chão.
Azul era a cor do céu, de 26 estrelas.
E então, toda minha vida de todas as vidas
se passaram pelos meus olhos,
eu de Carmem, eu de Machado,
eu de Lispector, eu de Lobato,
eu de Vargas, Belchior e Veloso.
Eu de Dumont e algum ditador raivoso.
Eu sou Pátria, Tu és Pátria.
Brasileiros, arcabouço nacional.
Brasil, a terra mais linda, num universo sem final.
Corra! Antes da destruição facilitada pelos tolos.
Assista! O fósforo queimar e se avermelhar
Vermelho é a cor dos povos vítimas da aculturação.
Vermelho é a cor do fogo fortificado pelo ódio que queima o Cerrado.
Vermelho é a cor do sangue da nação.
Aliás, alguém cura a nação?
O sentimento de pertencer e perdão?
Eu preciso ser curado?
Traga-me o elixir, o remédio dos hipócritas,
abusadores da terra-mãe.
Pátria, erguida por batalhas, devem ser honradas.
Honra, erguida pelo povo, deve ser preservada.
Me deixe em casa, onde eu possa dormir.
Sem os monstros, sem os externos.
Onde o Brasil é a brasa que queima o caos.
Onde o Brasão brilha com energia infinita.
Onde o Bravo descansa.
Quero a política, mas sem a politicagem.
Sem a estiagem de identidade,
sem a senha da elite,
sem a diferença da raça,
sem o pesar do ser e estar
Quero a língua e a linguagem.
Mil formas de morrer e uma de nascer,
e eu ainda vou escolher aqui.
Nessa longitude, nessa latitude.
Vigiado pelo Saci, a Caipora, o Curupira
O boitatá e o boto-cor-rosa.
Aqui, o complexo brasileiro;
Na qual não vou fugir da luta sobre a lua;
numa terra luminosa e cintilante;
independente e idolatrada;
a "Pátria Amada Brasil".
Poema: Murilo Almeida
Aluno do 3º Ano da Escola CEAF em Cáceres, MT
Ele é simplesmente indomável nos pensamentos e nas expressões, ele é tão jovem porém já viveu em sonhos muitas histórias reais, esse é meu admirável filho Murilo.
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