sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A porta da felicidade

A porta da felicidade não se empurra, 
Ela cede com suavidade, como quem respira. 
Abre-se para fora, 
Para o espaço do mundo, P
ara o encontro com aquilo que nos espera. 
 
Quem tenta forçá-la para dentro, 
Como se quisesse prender o brilho, 
Descobre apenas o ranger da madeira, 
O peso do ferro, 
E o silêncio 
De uma oportunidade que se fecha. 
 
A felicidade não é posse, 
É passagem. 
Não cabe no punho cerrado, 
Nem na pressa de quem exige. 
Ela se oferece no gesto de abrir, 
No movimento de sair de si 
E encontrar no outro o ar livre 
Onde repousa sua morada. 
 
Forçar ao contrário 
É condenar-se ao claustro, 
Mas empurrar para fora 
É libertar-se junto com ela. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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