A porta da felicidade não se empurra,
Ela cede com suavidade, como quem respira.
Abre-se para fora,
Para o espaço do mundo,
P
ara o encontro com aquilo que nos espera.
Quem tenta forçá-la para dentro,
Como se quisesse prender o brilho,
Descobre apenas o ranger da madeira,
O peso do ferro,
E o silêncio
De uma oportunidade que se fecha.
A felicidade não é posse,
É passagem.
Não cabe no punho cerrado,
Nem na pressa de quem exige.
Ela se oferece no gesto de abrir,
No movimento de sair de si
E encontrar no outro o ar livre
Onde repousa sua morada.
Forçar ao contrário
É condenar-se ao claustro,
Mas empurrar para fora
É libertar-se junto com ela.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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