O vento acaricia a terra,
E na dança eterna, o tempo passa,
Sem jamais parar, a vida não se encerra.
O sim do nascer, do florescer,
Do mar que quebra em beijos na areia,
Do amor que pulsa, mesmo em dor,
E da noite que acolhe o dia sem rancor.
Nunca não, na vastidão,
Pois o existir é consentimento,
É o eco de um antigo som,
Que vibra em tudo, a todo momento.
Nunca não, pois há o ser,
Mesmo no silêncio ou no vazio,
Nas curvas do que ainda virá,
No riso, na lágrima, em cada olhar.
Sempre sim, na escuridão,
No abraço do desconhecido,
No encontro do perdido com o novo,
No voo livre sem abrigo.
Sim à vida, ao ciclo inteiro,
Ao que é finito e ao que é eterno,
Pois o existir, sem nunca o não,
É ser o tudo e o mistério em comunhão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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