segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Fumaça

Diante de mim apenas uma folha em branco 
Lá fora o tempo coberto por fumaça 
Em algum lugar alguém procurando 
Alguma coisa que possa mudar o destino 
Ou que explique a solidão 
No coração de quem sonhou demais 
E não soube quando chegou ao fim. 

Diante de mim apenas a esperança 
De que haverá chuva em breve 
Que o mundo pode voltar ao normal 
Mesmo sabendo que isso é quase impossível 
Depois que cortaram tantas árvores 
E espalharam a destruição total 
Sem se atentarem para o caos que provocavam. 

O tempo parece não passar diante de mim 
E penso muito nas coisas que acontecem 
Ninguém parece ligar muito para o fim 
Porque estão todos na zona de conforto 
Sem desejarem uma transformação 
Que possa mudar o sentido das coisas 
E que o mundo não pereça nesta incerteza 
Que corrompem a alma humana. 

Não precisa nem dizer nada mais 
Tudo está revelado explicitamente 
Diante dos olhos de quem deseja ver as coisas 
Que acontecem no mundo cercado por idiotas 
Que queimam até a última esperança 
Como se fumassem um cachimbo fedorento 
Enquanto espalha a fumaça no ar. 

Eu não consigo respirar direito 
O ar está tão poluído que podemos apalpar 
E não se enxerga nada além da ponta do nariz 
Porque espalharam o caos em nosso planeta 
E tudo foi destruído pela ambição e ganância 
Dos ricos que vivem em suas mansões 
Em suas ilhas tropicais exuberantes. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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