O desejo de estar longe de ti não é viagem,
É exílio de minha própria carne.
Quero um abismo entre nós,
Um véu de escuridão
Que dissolva cada vestígio do teu nome.
Quero vagar por ruínas esquecidas,
Onde apenas o vento sussurra em línguas mortas,
Para que teu rosto se apague
Como um vitral quebrado
Nas catedrais da memória.
Anseio pelo frio das criptas,
Pela solidão das florestas
Onde nenhuma estrela ousa entrar,
Porque só no silêncio do gótico abandono
Posso me libertar da tortura de pensar em ti.
Quero que a distância seja cemitério,
Onde sepulto a lembrança do que fomos.
Pois amar-te ainda em pensamento
É caminhar entre fantasmas,
E eu já não desejo ser mais um deles.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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