sexta-feira, 27 de setembro de 2024

A Noiva da Ponte Branca

 Na quietude da noite quente, 
A lua espreita o rio que corre lento, 
E a bruma que sobe do Pantanal 
Carrega segredos soltos no vento. 
 
Na ponte, de branco vestida, 
Uma sombra começa a surgir, 
É a noiva que vaga sozinha, 
Seu amor para sempre a trair. 
 
Dizem que foi num dia de festa, 
Quando o rio corria em singela canção, 
Que ela aguardava o amado, 
Mas o destino selou a traição. 
 
O vestido, de sonhos costurado, 
Agora flutua em seu triste lamento, 
E quem atravessa a ponte no escuro 
Sente o peso do amargo sofrimento. 
 
Seus olhos de dor e saudade 
Refletem as águas em pranto, 
E o povo sussurra com temor, 
Sobre o mistério que ecoa em seu canto. 
 
A cultura, tão rica e serena, 
Em Cáceres guarda memórias, 
De lendas que tecem a história 
Com fios de lágrimas e glórias. 
 
A Noiva da Ponte Branca, 
Peregrina de um amor desfeito, 
Vaga nas margens do tempo, 
Com um coração preso no peito. 
 
 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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