sábado, 15 de fevereiro de 2025

Perpétua ignorância

Em algum lugar por ai 
Onde é difícil enxergar os acontecimentos 
Algumas pessoas em seus esconderijos 
Estão com os olhos fechados para o mundo 
Sem se preocuparem com o amanhã 
Carregam em suas costas o desespero 
Que a eternidade não consegue esconder. 

Existem aqueles que tornam-se sombras 
Que mantém longas conversas enganadoras 
E permanecem bem no seio das tardes de verão 
Falam de coisas absurdas 
Histórias ricamente ilustradas 
Que são capazes de prender os ouvintes 
Até que seus cérebros se derretam. 

Nessa longa estrada sem fim 
Tem aqueles que traça o seu imaginário 
Como se fossem vítimas de um sistema cruel 
E se assustam com suas imagens pérfidas 
Que aparecem nos espelhos quase todo quebrados 
E não há uma explicação lógica 
Para tamanho absurdo que existe. 

Em outro canto de uma cidade qualquer 
Há uma aglomeração das massas 
Que se ajuntam em sua perpétua ignorância 
E não percebem as criaturas invisíveis 
Que deita do outro lado das portas 
Onde reside com uma horda de Pãs ao seu redor 
Todos na iminência de romper as barreiras. 

Há nas nuvens olhares fugazes 
Que revelam o lapso dos deuses dormentes 
Que permanecem com suas transpirações lisérgicas 
Vociferando manuscritos de alguma escritura 
Que não pode ser decifrada pelos ouvidos humanos 
E isso não parece incomodá-los de forma nenhuma 
Apenas os fazem sorrir sarcasticamente. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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