E desde então
O mundo parece caminhar
Com o passo que ela deixou no ar,
Leve, atento, como se aprendesse a respirar de novo.
Havia na presença dela
Uma espécie de elegância que não se veste: acontece.
Era como se cada gesto fosse um sussurro
Destinado apenas ao olhar que a descobrisse,
Um silêncio bonito demais para ser interrompido.
Quando a vi, algo em mim se ajeitou,
Como quem finalmente encontra o horizonte certo.
A beleza dela não era apenas vista,
Era sentida, deslizando por dentro,
Acendendo pequenas luzes
Em lugares que eu nem lembrava que tinha.
Ontem eu a conheci.
Mas parece que meu coração,
Que sempre chega atrasado,
Resolveu chegar antes do tempo dessa vez.
E ficou lá, parado diante dela,
Tentando aprender a não tropeçar
Na própria admiração.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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