sábado, 13 de dezembro de 2025

Quando o sol se despede

O sol se despede 
Como quem sabe que será lembrado. 
Derrama ouro no horizonte, 
Incendeia as nuvens com tons de despedida 
E ensina, em silêncio, 
Que até o fim pode ser belo. 
 
O céu, vasto e paciente, 
Aceita o peso das cores, 
Laranjas, vermelhos, violetas, 
Como se cada tom fosse uma palavra não dita 
Entre o dia que parte e a noite que chega. 
 
Há algo de sagrado no pôr do sol: 
Ele não pede aplausos, 
Não exige promessas, 
Apenas acontece, 
E nisso revela a grandeza do instante. 
 
Enquanto a luz se recolhe, 
O mundo parece respirar mais devagar. 
Os ruídos se tornam menores, 
Os pensamentos, mais sinceros. 
É como se o tempo, por um momento, 
Aprendesse a ser contemplação. 
 
O magnífico pôr do sol não marca um fim, 
Mas um intervalo de eternidade, 
Onde tudo o que fomos durante o dia 
Se aquieta, 
E tudo o que ainda seremos 
Espera, em silêncio, 
Do outro lado da luz. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense 
Imagens: Odair José.
 
Pôr do sol no Rio Paraguai em Cáceres, MT
 
Pôr do sol no Rio Paraguai em Cáceres, MT
 

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