quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Ouça-me, meros mortais!

 Por caminhos nunca antes trilhados, eu sigo. 
Não para ser visto, 
Mas para dizer. 
 
Minha voz já não se esconde nas dobras do medo. 
Ela aprende o peso do silêncio 
E escolhe, ainda assim, romper o ar. 
 
Falo ao coração dos ouvintes atentos, 
Não aos distraídos pela pressa, 
Nem aos satisfeitos com a superfície das coisas, 
Mas àqueles que tremem quando uma verdade encosta. 
 
Não há mais vergonha em ser inteiro. 
A vergonha agora é fingir cegueira, 
É ajoelhar diante da mediocridade 
E chamá-la de normalidade. 
 
Minha palavra não é afago fácil. 
É alerta. 
É espinho na almofada do conformismo. 
É farol para quem cansou de andar em círculos. 
 
Que minha voz incomode. 
Que provoque ruídos nas consciências adormecidas. 
Porque todo novo caminho 
Começa quando alguém ousa dizer 
O que muitos sentem, 
Mas não têm coragem de nomear. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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