Não para ser visto,
Mas para dizer.
Minha voz já não se esconde nas dobras do medo.
Ela aprende o peso do silêncio
E escolhe, ainda assim, romper o ar.
Falo ao coração dos ouvintes atentos,
Não aos distraídos pela pressa,
Nem aos satisfeitos com a superfície das coisas,
Mas àqueles que tremem quando uma verdade encosta.
Não há mais vergonha em ser inteiro.
A vergonha agora é fingir cegueira,
É ajoelhar diante da mediocridade
E chamá-la de normalidade.
Minha palavra não é afago fácil.
É alerta.
É espinho na almofada do conformismo.
É farol para quem cansou de andar em círculos.
Que minha voz incomode.
Que provoque ruídos nas consciências adormecidas.
Porque todo novo caminho
Começa quando alguém ousa dizer
O que muitos sentem,
Mas não têm coragem de nomear.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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