sábado, 3 de abril de 2021

Ao derramar poeira de luto na cabeça

Por dias e noites seguidas 
As idosas não contiveram os gritos 
Os anciões lamentavam 
As jovens arrancaram os cabelos 
Ouvia-se o som das flautas 
Homens chorando e mulheres 
Sem motivos para sorrir 
Ao derramar poeira de luto na cabeça 
Garras nos seios 
Garras nos olhos 
Sangue nas veias 
Por dias e noites intermináveis 
Prantearam e enterraram seus mortos 
E muitos ficam estendidos pelo chão. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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