quinta-feira, 29 de abril de 2021

Impassível diante do dragão

Como se fossem trovoadas em uma noite escura 
Ouvia-se o barulhos dos caminhantes 
Do lugar em que tentava esconder 
Quando não existe outra forma de se ocultar 
Do que pode destruir a sua alma. 
 
Sempre falou do seu sentimento 
Do amor que insistia dizer, sentia por ela 
Mesmo ela não acreditando em nenhuma de suas palavras 
Permanecia impassível diante do dragão 
Sem medo de suas chamas mortais. 
 
Rasgou a alma em prantos 
Quando a viu sair pela porta da frente 
Sem mesmo dizer uma palavra de adeus 
Sabia que tudo havia chegado ao fim 
Quando, na verdade, nunca havia acontecido nada 
E apenas seus olhos viam uma miragem. 
 
Os sonhos são folhas soltas no tempo 
Que o vento espalha pelas campinas 
Não passam de tragédias nas vidas medíocres 
Dos cegos apaixonados. 
 
Lá se vai mais uma daquelas histórias 
Que não se sabem ao certo quem escreveu 
Porque não há um final feliz 
Quando não existe esperança de um retorno 
Mesmo que por uma única noite. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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