sexta-feira, 18 de junho de 2021

Quando o silêncio romper a aurora da vida

Vagarosamente desfila no eterno vai e vem de nostalgia 
Desejando somente ser vista 
Com os olhos misteriosos de quem sonha 
Viver uma vida isenta de desafios 
Em um mundo corrompido pelo tempo. 
 
No silêncio de uma tarde marota 
Uma garota apenas divaga em seus pensamentos 
Lembrando de palavras que foi sussurrada em seus ouvidos 
Como promessas de amor eterno 
Quando ela acreditava nessas coisas banais da vida 
Sem saber que tudo são promessas 
Balelas e discursos vazios de pessoas sem escrúpulos. 
 
Há uma perseguição intensa 
Uma fuga mortal de indivíduos que tentam escapar 
Do destino certo e violento 
Em uma terra totalmente sem lei. 
 
Falácias de mentes perturbadas com o tempo 
Momentos sombrios em uma tarde sinistra 
Da solidão vista até além do horizonte 
Onde via vultos como se fossem espantalhos feitos de panos 
Espantarem os pássaros da desconfiança. 
 
O que é a mente humana em tempos sombrios como estes? 
Um medo corrói a alma de transeuntes inocentes 
Presos em seus mundos na correria do dia a dia 
Que nem notam os olhares nas penumbras de ruas movimentadas 
Sem saberem que tudo chegara ao fim um dia 
E, então, só haverá lugar para as lágrimas 
De quem não soube perceber essas coisas. 
 
Parece um canto de tristeza essa melodia 
Que desesperadamente tento transmitir aos ouvidos 
De qualquer ser que queira ouvir 
Apesar de saber que ninguém dá a mínima para tudo isso 
E assim mesmo a vida continua a passar 
Em passos largos num frenesi diabólico. 
 
Vejo toda essa perturbação e parece ser o fim 
Parece não haver saída e nem solução para tanta solidão 
De pessoas envoltas em seus próprios pensamentos 
Uma adolescente grita raivosamente com seus pais 
E em um canto da sala um gato dorme tranquilamente 
Como se nada no mundo o incomodasse. 
 
Sob uma frondosa árvore no campo 
Escondendo do sol abrasador e do calor escaldante 
Um senhor descansa da sua labuta diária 
Sabendo que tudo chegará ao fim um dia 
Quando o silêncio romper a aurora da vida 
E ele ser chamado ao que considera ser o descanso eterno 
Mesmo não sabendo nada sobre isso. 
 
Mais uma vez posso refletir sobre o destino dos homens 
O determinismo das coisas 
O círculo eterno de uma vida que passa a existir nesta manhã 
Quando uma velha senhora é sepultada em um cemitério qualquer 
E ouve-se o choro de uma criança que acabou de chegar a este mundo 
Em um eterno vai e vem infinito 
Que me faz descansar minha pena de escrever 
Coisas que parecem sem sentido algum. 
 
Feche seus olhos e deixe-se ser levado para outra dimensão 
Esqueça tudo que te ensinaram um dia 
Mente vazia de uma existência 
E veja onde você está agora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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