quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A solidão dos vivos

Perdidos como navegantes desorientados 
Iguais zumbis trôpegos sem direção
E ébrios cambaleantes 
Perambulam pelas grandes cidades 
Como formigas em formigueiros destruídos. 

O sangue jorra pelas calçadas 
Um turbilhão de emoções em vidas paralelas 
De pessoas que não olham para o lado 
Porque não querem nem saber 
Se existem semelhantes jogados nas sarjetas. 

Seguem o fluxo de suas rotinas 
Barulhos não são ouvidos por causa de seus fones 
Cada um vive em seu mundo particular 
Mesmo estando caminhando entre multidões 
A solidão dos vivos parece a morte. 

Um mundo que já passa de oito bilhões 
Uma Babel que já atinge os céus com seus altos edifícios 
Uma gente que destoem tudo pela frente 
Uma geração que não pensa no futuro logo ali 
E nos perguntamos como será o amanhã. 

O salto da humanidade não parece ter sido pensado 
E os domínios seguem uma ordem não natural das coisas 
Envelhecemos nas cidades, morremos nas praças, 
Sem que ninguém perceba o fim de cada um de nós 
Porque a solidão dos vivos não termina nunca. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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