Como brasa acesa que arde e consome,
Mas logo se esconde em um mar de tédio,
Um abismo entre o querer e o fugir.
É querer tocar, e então, recuar,
Como ondas que beijam e deixam a areia,
Num vai e vem que nunca termina,
Um ciclo de ânsia e melancolia.
Aceitar o que se nega ao coração,
E negar o que o peito insiste em chamar,
É ser preso no meio do vento,
Soprando em direções opostas, sem lar.
E nessa dança de desejos inquietos,
Abraço o vazio, mas nunca estou só;
Pois no tédio encontro a paz que assusta,
E no querer, o caos que me atrai e sufoca.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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