quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Resta o vazio

Na penumbra que envolve a alma, 
Surge o eco de um sonho desfeito, 
A bruma espessa cobre o peito, 
E o tempo, em suspiro, se acalma. 
 
Oh! Vã esperança, tênue luar, 
Que outrora fulgia tão brando, 
Agora, em sombra, vai desmanchando 
No abismo profundo do pesar. 
 
As estrelas, antes tão belas, 
Fizeram-se pálidas, frias, 
Como se as quimeras vazias 
Tivessem roubado o brilho delas. 
 
E no olhar, o cansaço repousa, 
Um cemitério de emoções perdidas, 
Onde as memórias, doridas, 
Guardam o silêncio da alma que ousa. 
 
Desilusão é o véu que encobre, 
A ilusão que um dia guiou, 
Na escuridão onde se plantou 
A flor do desejo que morre. 
 
Simbolismo, no ar rarefeito, 
Eco de vozes que já não são, 
Resta o vazio, o vão coração, 
Desencanto profundo no peito. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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