Na penumbra que envolve a alma,
Surge o eco de um sonho desfeito,
A bruma espessa cobre o peito,
E o tempo, em suspiro, se acalma.
Oh! Vã esperança, tênue luar,
Que outrora fulgia tão brando,
Agora, em sombra, vai desmanchando
No abismo profundo do pesar.
As estrelas, antes tão belas,
Fizeram-se pálidas, frias,
Como se as quimeras vazias
Tivessem roubado o brilho delas.
E no olhar, o cansaço repousa,
Um cemitério de emoções perdidas,
Onde as memórias, doridas,
Guardam o silêncio da alma que ousa.
Desilusão é o véu que encobre,
A ilusão que um dia guiou,
Na escuridão onde se plantou
A flor do desejo que morre.
Simbolismo, no ar rarefeito,
Eco de vozes que já não são,
Resta o vazio, o vão coração,
Desencanto profundo no peito.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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