quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O tédio já não é o meu amor

O tédio já não é o meu amor, 
Perdeu-se nas esquinas do tempo, 
Em dias longos, onde o vento 
Já não sopra canções de fervor. 
 
Antes, sua mão fria me guiava, 
Pelos campos vazios da mente, 
Um eco, sempre persistente, 
Da alma que tudo esperava. 
 
Mas hoje, os olhos veem mais longe, 
Além da monotonia cinzenta. 
A vida, que antes era lenta, 
Agora corre, como um rio que esconde. 
 
As horas já não são desertos 
Onde nada nasce, nada morre. 
O coração, que antes só corre 
Em círculos, hoje encontra caminhos certos. 
 
O tédio já não é o meu amor, 
Não mais me prende em sua teia. 
Agora, a vida é uma centelha 
Que arde em cores e novo vigor. 
 
Deixei para trás sua prisão, 
Seu silêncio que tudo envolvia. 
E encontrei, na luz do dia, 
O pulsar novo de uma canção. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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