O tédio já não é o meu amor,
Perdeu-se nas esquinas do tempo,
Em dias longos, onde o vento
Já não sopra canções de fervor.
Antes, sua mão fria me guiava,
Pelos campos vazios da mente,
Um eco, sempre persistente,
Da alma que tudo esperava.
Mas hoje, os olhos veem mais longe,
Além da monotonia cinzenta.
A vida, que antes era lenta,
Agora corre, como um rio que esconde.
As horas já não são desertos
Onde nada nasce, nada morre.
O coração, que antes só corre
Em círculos, hoje encontra caminhos certos.
O tédio já não é o meu amor,
Não mais me prende em sua teia.
Agora, a vida é uma centelha
Que arde em cores e novo vigor.
Deixei para trás sua prisão,
Seu silêncio que tudo envolvia.
E encontrei, na luz do dia,
O pulsar novo de uma canção.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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