Desejo oculto, ardente e contido,
Em silêncio guardado, sem razão,
Vibra o peito, o segredo recolhido,
Num anseio a roubar meu coração.
Que doce é imaginar tua boca,
Suave, tentadora, ali tão perto,
E, em sonhos, sentir, ainda que louca,
A chama a iluminar o céu deserto.
Mas calo este querer, guardo em segredo,
O gosto da ilusão que me consome;
Queimar em fogo lento sem enredo,
Num beijo que jamais dirá teu nome.
Assim, entre os silêncios e o desejo,
Me perco no mistério deste ensejo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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