quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Doce é imaginar tua boca

Desejo oculto, ardente e contido, 
Em silêncio guardado, sem razão, 
Vibra o peito, o segredo recolhido, 
Num anseio a roubar meu coração. 
 
Que doce é imaginar tua boca, 
Suave, tentadora, ali tão perto, 
E, em sonhos, sentir, ainda que louca, 
A chama a iluminar o céu deserto. 
 
Mas calo este querer, guardo em segredo, 
O gosto da ilusão que me consome; 
Queimar em fogo lento sem enredo, 
 
Num beijo que jamais dirá teu nome. 
Assim, entre os silêncios e o desejo, 
Me perco no mistério deste ensejo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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