Nas marés de um tempo incerto,
Onde os sentimentos que invento
Ficam entre o longe e o perto.
Caminhei por estradas nubladas,
Com o coração por bússola cega,
Às vezes as dores caladas
São tudo o que a alma carrega.
Procuro-me nos risos antigos,
Nas memórias que o peito insiste,
Nos ecos de amores perdidos
Que a saudade ainda persiste.
Entre o medo e a esperança,
Há uma sombra que sempre me guia.
Perco-me e ganho, na dança
Do que sou e do que já fui um dia.
Assim sigo, em busca de um abrigo,
De um sentimento que ainda me alcance,
Pois talvez, no tempo perdido,
Encontre quem fui em algum instante.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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