Que teu silêncio é vasto, tão profundo,
Como quem guarda em si todo o mundo,
Sem dar ao som a chance de ser fiasco.
Tua mudez tem força de um carrasco,
Que ceifa o ruído vão e moribundo;
E ao vento que te toca, vagabundo,
Só dás o eco, breve e mais opaco.
No teu calar repousa a eternidade,
Pois nele o tempo ousa se esconder,
Sem pressa de avançar na realidade.
E assim me ponho a ti, a agradecer:
Que nunca hajas palavra ou vaidade,
Pois teu silêncio basta para ser.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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