segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Amar escondido

Amar na sombra, sem ser percebido, 
É dor que a alma guarda em silêncio. 
Do peito nasce um pranto tão contido, 
Que grita em ecos no espaço suspenso. 

Teus olhos busco, mas fogem, esquivos, 
Não sabem ler o afeto em meu olhar. 
São sonhos mudos, desejos cativos, 
Que insistem em nascer sem germinar. 

Se ao menos fosse o vento a levar 
O que me pesa, o que me é segredo, 
Não haveria o que tento ocultar. 

Mas guardo o amor em manto de medo, 
Pois sei que exposto, ao mundo a vagar, 
Será desprezo o que hoje é enredo. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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