quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

As estruturas do mundo

O que escrevo aqui não pode ser chamado de poemas 
Talvez fragmentos de pensamentos soltos pelos ares 
As memórias de uma mente confusa pelo tempo 
Ou saudades torturantes na caminhada da vida 
Palavras que comovem mentes e ocupam corações 
Declamação de segredos que são ouvidos atentamente 
A transpiração de quem não vive somente de inspiração. 

Existe uma beleza gramatical nas palavras 
Nos verbos que são conjugados pelos ouvintes 
Aventuras clamando poemas em dias futuros 
Incertezas dos destinos das testemunhas vivas 
De lugares onde estão monstros e heróis perdidos 
Que percorreram os caminhos míticos da tragédia 
E não podem mais esquecer os olhares inocentes. 

O maior pesadelo do artista são os demônios da criação 
A paranoia da imaginação ser uma criatura selvagem 
Onde as boas lembranças tornam-se fantasmas 
E toda lentidão é perpetuada e sentida na solidão 
Dos que não ouvem mais a voz da perda que paira no ar 
Porque algum pássaro moribundo voou para longe 
Levando consigo toda a esperança de um dia de paz. 

Dizem que existe uma ilusão de ótica invisível 
Que pode abalar as estruturas do mundo 
Máquinas atômicas prestes a implodir o universo 
Porque não se sabe até onde vai o seu limite 
São revelações de destruição em massa num piscar de olhos 
Que podem mudar todos os cenários possíveis 
E talvez aí esteja o segredo de Deus. 

Escondido em um canto qualquer do universo 
A eternidade não pode revelar para os mortais 
O que eles não podem entender nem em milhões de anos 
Que a sua pequenez é tão assustadora e ínfima 
Essa é a percepção de um poeta esquecido no tempo 
Que imagina a chave do mundo nas mãos poderosas 
De quem o conhece além do tempo e da eternidade. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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