Talvez fragmentos de pensamentos soltos pelos ares
As memórias de uma mente confusa pelo tempo
Ou saudades torturantes na caminhada da vida
Palavras que comovem mentes e ocupam corações
Declamação de segredos que são ouvidos atentamente
A transpiração de quem não vive somente de inspiração.
Existe uma beleza gramatical nas palavras
Nos verbos que são conjugados pelos ouvintes
Aventuras clamando poemas em dias futuros
Incertezas dos destinos das testemunhas vivas
De lugares onde estão monstros e heróis perdidos
Que percorreram os caminhos míticos da tragédia
E não podem mais esquecer os olhares inocentes.
O maior pesadelo do artista são os demônios da criação
A paranoia da imaginação ser uma criatura selvagem
Onde as boas lembranças tornam-se fantasmas
E toda lentidão é perpetuada e sentida na solidão
Dos que não ouvem mais a voz da perda que paira no ar
Porque algum pássaro moribundo voou para longe
Levando consigo toda a esperança de um dia de paz.
Dizem que existe uma ilusão de ótica invisível
Que pode abalar as estruturas do mundo
Máquinas atômicas prestes a implodir o universo
Porque não se sabe até onde vai o seu limite
São revelações de destruição em massa num piscar de olhos
Que podem mudar todos os cenários possíveis
E talvez aí esteja o segredo de Deus.
Escondido em um canto qualquer do universo
A eternidade não pode revelar para os mortais
O que eles não podem entender nem em milhões de anos
Que a sua pequenez é tão assustadora e ínfima
Essa é a percepção de um poeta esquecido no tempo
Que imagina a chave do mundo nas mãos poderosas
De quem o conhece além do tempo e da eternidade.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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