terça-feira, 19 de maio de 2020

O silêncio da reflexão



Elevo os olhos 
E vejo a expressão de angústia no olhar que olha para mim 
A pergunta que martela a mente distante da realidade: 
Por que você está tão triste? 
Então, mais uma vez, tenho que me debater com meus temores 
E responder que meus sentimentos não podem ser contidos. 
O que há em mim é a eterna busca pelo cálice sagrado do conhecimento. 
Deito-me com os braços no ombro da imaginação 
O peso que sinto é da silenciosa solidão 
E eu não conheço ninguém que tenha se refugiado dela pelo caminho 
Ou que há tenha vomitado de forma asquerosa. 
O que há em mim não é e nunca foi tristeza 
É o silêncio reflexivo. 
O silêncio reflexivo é aquele que me permite 
Romper as barreiras da mediocridade 
Das nuvens obscuras da ignorância. 
E ao mudar minha posição na cama 
É porque penso melhor se virar para o lado. 
Será que existe alguma posição para viver? 
O que é a vida sem a reflexão? 
E como refletir se não tivermos o silêncio para nos fazer companhia? 
Quero continuar a viver 
E não devo matar o tempo 
A saudade de um olhar e da vida que tenta escapar de minhas mãos. 
Não pretendo procurar nem uma posição mais confortável para a morte. 
Como saber o dia do último dia? 
O que pode ser melhor do que ler uma poesia antes de dormir 
E vislumbrar o brilho do sol pela manhã. 
Esperança 
Liberdade 
Solidão… 
O meu silêncio reflexivo é o tempo sagrado da meditação 
Da busca pelo saber. 
Não há tristeza em mim 
Nem no olhar 
Nem na alma 
Apenas o silêncio da reflexão existencial. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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