sábado, 16 de maio de 2020

No silêncio do meu caminhar


Tudo é silêncio na noite fria do tempo 
Onde procuro respostas para perguntas 
Que nem eu mesmo sei quais são. 
Não quero saber qual será o fim 
Porque nem sei como aconteceu o início 
Se é que houve um começo. 
Ando devagar pela estrada à minha frente 
E não tenho pressa de chegar 
Pois não sei onde meus passos me levam. 
Quero viver na solidão 
Que me tira os seus olhos 
E descansar-me na esperança 
De encontrar o seu sorriso só mais uma vez. 
Tudo é deserto por onde ando 
E sinto na pele o sol escaldante 
De uma tarde de verão. 
Saber que você existe 
Causa em mim uma angústia 
De não poder estar junto a fonte da alegria. 
Seus olhos tão meigos 
Sempre estavam ali sozinhos 
Como um convite ao amor. 
Prossigo no silêncio do meu caminhar 
E ouço a sua voz ao longe 
E ouço também a sua risada 
E sei que está feliz. 
Meu coração bate mais forte 
Quer te encontrar e não sabe como será 
E eu paro de caminhar 
Quero descansar de tudo isso. 
Mas, em meus olhos já não há lágrimas 
Para que as deixem cair. 
Não há uma sombra sequer para recostar-me 
E meus pés estão cansados. 
Olho para o horizonte 
Não sei se consigo chegar 
No lugar de onde sai. 
No silêncio do meu caminhar 
As perguntas continuam sem respostas. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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