terça-feira, 17 de novembro de 2020

Serei coração perdido


Trancar as portas não adianta nada 
Nunca adiantou 
O vento entra pelas janelas 
E as folhas caem pelo chão. 
 
Um dia eu desejei a solidão 
Ela simplesmente não me quis 
Apenas olhou sorrateira e partiu 
Como se eu fosse a tristeza alada. 
 
Serei coração partido 
Na manhã do tempo 
Onde meus passos foram contados 
E proibidos de caminharem. 
 
Nada pode ser tão profundo 
Como a incerteza do amanhã 
Quando não haverá mais motivos 
Para sonhar com aquele sorriso. 
 
Eu até pensei em parar 
Não queria mais agir daquela forma 
O espantalho foi sacudido 
E nem um pássaro ousou violar o lugar. 
 
Havia um silêncio perturbador 
Uma voz que sussurrava 
Ninguém parecia prestar atenção 
Até onde as crianças puderam brincar. 
 
Agora há um silêncio vazio 
Nas tardes de uma primavera sombria 
Onde os olhos não conseguem ver 
A esperança de belos dias. 
 
Serei coração perdido, eu já disse, 
Se ninguém ouvir os clamores 
Das pessoas que querem a liberdade 
E o melhor para a nossa sociedade. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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