quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Era disso que tinha medo


Ouvia a canção que tocava a alma 
Sentia a liberdade pulsar o coração 
Não queria mais pensar em tudo que lhe acontecera 
E nada mais importava além da paz que desejava. 
Por muito tempo lutou bravamente 
Contra o desejo que atormentava seu coração 
A vontade voar os espaços e estar junto a ela 
Sem pensar em sofrimento. 
No fundo sabia que isso era impossível 
Não poderia esquecer aquele olhar jamais 
E era disso que tinha medo 
Do desejo traiçoeiro que turva a visão 
De quem está apaixonado. 
O amor que sentia fazia sofrer 
O sentimento de quem não recebe nada em troca 
De quem sofre calado nas noites frias de inverno 
E que sente o vapor quente da solidão. 
A música parou de tocar 
Ou quem sabe chegou ao fim Tudo chega ao fim mesmo 
Pensou consigo mesmo e fechou os olhos 
Na esperança de dormir o sono dos justos. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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