quarta-feira, 14 de julho de 2021

Sonhei pelas margens do rio

Eu vi o reflexo do sol nas águas do majestoso rio 
Vi o reflexo do céu de verão nas águas 
Senti a brisa no amanhecer 
E observei as lágrimas que escorriam dos olhos 
Na solidão eterna de um tempo que se esvaia das mãos 
Pequenos barcos saiam silenciosamente antes do amanhecer 
E podia ouvir os passos apressados dos trabalhadores 
Transitando pela calçada 
E na praça alguém fazia exercícios 
Eu também andei pelas ruas estreitas feitas de paralelepípedos 
Eu também senti as dúvidas 
Que surgiram curiosas e abruptas agitando-se em mim 
O que me permite estar livre agora? 
Eu andei entre as multidões eufóricas nos festivais 
Sonhei pelas margens do rio 
Que deixava-se deslizar sem pressa nenhuma de ir embora 
E eu vi a escuridão que chegava 
O que pensas de mim agora? 
Vejo as águas secando e contemplo as areias solitárias 
As lembranças são fantasmas de um tempo feliz 
Senti seus braços quando parei para observar tudo isso 
Desce, rio, desce tranquilamente 
Se ainda haverá esperança para ti não posso afirmar 
Apenas sonho com dias melhores 
E alguns casais ainda passeiam pelas margens de mãos dadas 
Porque onde há vida há esperança. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

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